terça-feira, 5 de maio de 2009

¡Batman, Protógenes e democracia!

Ainda está em processo de escrutínio, no Brasil, todas as "trapalhadas" protagozinadas pelo delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, durante a Operação Satiagraha, que por algumas horas, em duas ocasioes, presenteou aos brasileiros a sensaçao de ver o hetedodoxo empresário e banqueiro Daniel Dantas no xilindró. Afinal, esse talentoso Ripley canarinho (Dantas) já havia estampado as páginas de todos os jornais com suas açoes de colarinho branco várias vezes, sempre revelando ligaçoes bastante perigosas nos meandros da República.


Para o bem da estabilide democrática, logicamente que o delegado deve ser punido pelos abusos cometidos ao grampear e investigar arbitrariamente todas as pessoas que, em sua mente meio paranóica, eram criminosas de estado. O problema é que, inegavelmente, quem atentou contra o estado de direito da sociedade brasileira foi o doutor Protógenes. Infelizmente, pois melhor seria se tudo tivesse sido conduzido dentro das regras operacionais e jurídicas previstas na Constituiçao e nos códigos Civil e Penal. Mas será que é tao fácil assim avaliar baseado somente em leis redigidas em folhas de papel? Será que, agindo espartanamente dentro dos códigos de conduta, um delegado consegue atingir figuroes protegidos por laranjas que habitam os ministérios, os tribunais e, principalmente, o Congresso Nacional? É delicado; muito mais do que parece.

Mesmo quem nao é cinéfilo como eu, provavelmente, teve a oportunidade de assistir o filme Batman - o cavaleiro das trevas. O enredo que conduz e encerra a trama é justamente a necessidade de ter alguém para limpar Gotham City da corrução endêmica de todos os setores do governo e também da sociedade civil, já dominada pelas máfias. Uma cena é exemplar: quando o agente financeiro dos mafiosos foge para Hong Kong com o objetivo de evitar ser preso nos Estados Unidos e proteger a localizaçao do dinheiro do cartel formado pelos bandidos. Visto que o fugitivo era chinês, a possibilidade de o governo da China prender o malandro e mandar se explicar nos EUA era remota, uma aliança secreta entre um promotor público (Harvey Kent), um oficial da polícia (Jim Gordon) e um justiceiro ilegal (Batman) foi a única soluçao para capturar o criminoso e, posteriormente, possibilitar a prisão de mais de 500 funcionários da máfia de Gotham.

Depois, com as açoes do Coringa, o filme aborda outros espectros das relaçoes humanas muito interessantes, mas que neste momento sao inviáveis de comentar. Salvo a última cena, narrada pelo personagem Jim Gordon (calma, não vou contar o final!), que revela aos menos avisados o por que da clandestinidade que paira na biografia do Batman. Diz: "...(está fugindo) por que nao é o herói que merecemos. É o herói que precisamos".

Quem quiser, tem todo o direito de achar que estou assistindo filmes e lendo quadrinhos demais. No entanto, em um país como o Brasil, também enfermo por uma metástase corrupta em todas as esferas da sociedade, será que não precisamos de um cavaleiro das trevas?

Eu até acho que sim, mas o problema é arranjar um que, assim como o Batman, autorizou destruir a máquina que grampeava todas as chamadas telefônicas dos cidadãos de Gotham depois de encontrar o bandido. Ao contrário do que fez Protógenes Queiroz, que armazenou tudo em seus computadores pessoais. ¡Que mancada, dotô!

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